O trauma que me acompanha

                             para Liana e Cecília ” O trauma está no Sistema Nervoso e não no evento gerador da experiência traumática.” (Peter Levine) A rua estava escura. Madrugada fria. Alguém caminhando atrás pergunta se não quer que leve um pouco a menina. -Pode deixar, eu carrego, disse a mãe. Quantos anos tinha a criança no colo? Quatro? … Continuar lendo O trauma que me acompanha

era um, era dois, era quem ?

um tempo estranho de lutas cidade em pânico, dores havia amor ali, aqui e ali, dividido tanta dúvida, tanta emoção não cabia no peito, não dava certo por quê? sempre algo, alguém se escondia lágrimas, quantas alguém que se achava forte, gritava outro alguém não sabia, cedia e o tempo, esse vilão saía pisando em … Continuar lendo era um, era dois, era quem ?

Hiato

Hiato Olhos fechados, pensamento escasso O vento leva aquela palavra Qual? Não se vê mais Talvez ainda reste alguma percepção O tempo, ah esse menino Não cresce nunca tania amares Continuar lendo Hiato

Capitúlo 1

É possível alguém se lembrar dos primeiros passos? A cena lembrada é a seguinte: A sala da casa. Uma grande janela, uma criança pequena apoiada na parede abaixo da janela, em pé. À sua frente, abaixado e com os braços abertos, o pai, chamando. Vem ! Afastada, a mãe, olhando em pé. A menina ia, … Continuar lendo Capitúlo 1

Confinada

A morte é um vidro de miçangas azuis. Ou talvez seja a vida. Mesma coisa. Um pote cheio de miçangas. Nunca aberto. Enquanto olhava a cor brilhante das esferas, perdia-se nos pequenos mundos eternamente fechados ali. O brilho transparente era o mesmo das peças de vidro na prateleira da infância. Bichos. Eram cisnes, pássaros de … Continuar lendo Confinada

Alguém que me dê um tapa…

Plenitude calma de silêncio. Aconchego, calor e escuridão. Olhos fechados e paz. Um corpo, o meu, naquele agora morno, antes do mundo. Aos poucos, alguns movimentos, vida. Sem poder evitar, senti que voltavam os seres enigmáticos, pulsantes e múltiplos reiniciando seu enredamento. Memórias dançantes, bailarinas teimosas, rodopiantes, potências entre o bem e o mal. O … Continuar lendo Alguém que me dê um tapa…

Os nomes do Pai

Bem ali o EuEstoura Visão do AbismoÚltima Cena Ecos do InterditoEclodem em MedoSem qualquer Nome Caos e AngústiaEmaranhados É precisoRecriar o NãoCulpa, Culpa, Culpa Pai, afasta de mimEssa musaEssa deusaEssa fome Afasta de mim essa taçaSangue empoeiradoDor que me despedaça Ápice,VórticeDa Morte nasce o Tabu tania amares Continuar lendo Os nomes do Pai

relevância

dedos suaves perdiam-se soltos, alegres no braço adolescente era tanto sentimento correndo a contrapelo todo um castelo shakespeariano erguendo-se ao topo do infinito até que a mão do Real viesse barrar o movimento no poço do tempo, a memória compacta sintética, apertada: foi relevante Continuar lendo relevância

não

Tente entender: não, esse monossílabo, é só isso. 3 letras e uma cobra. Talvez o enigma seja venenoso, viole o desejo. Inoculada, a morte egípcia faz sucumbir a fêmea. Porque Vida é fêmea. Mesmo que o corpo não o seja, Dois sexos combinam genes . Mamíferos, ah! Nesses, importa o ventre, a carne, a concavidade … Continuar lendo não

Barro

barro meus olhos mineiros choram meninos, mulheres, homens perdidos choram meus olhos brasileiros choram mineiros derramados choram gerais choram inchados minerados demais tania amares Continuar lendo Barro

Ágora

Ágora Quando o poema caiu Vi o corte Letras sangrando Vertendo sentidos Formando poça Aos poucos tudo Endurecia Coagulava-se a cor Tempo vibrava seu pranto Em soluços, enquanto O reverso sorria. tania amares Continuar lendo Ágora